domingo, 31 de maio de 2015
Leitura Infantil
Escutar histórias é o início da aprendizagem para ser um bom leitor, tendo um caminho absolutamente infinito de descobertas e de compreensão do mundo.Os contos de fadas conseguem deixar fluir o imaginário e levar a criança a ter curiosidade, que prontamente é respondida no transcorrer da leitura dos contos. É uma possibilidade de descobrir o mundo colossal dos conflitos, dos impasses, das soluções que todos vivem e atravessam, de um jeito ou de outro, através dos problemas que vão sendo encarados ou não, resolvidos ou não, pelas personagens de cada história.
Dessa forma, a leitura dos contos de fadas na Educação Infantil faz-se importante na formação das crianças que através deles poderão formar-se e informar-se sobre a vida e os ambientes que as cercam.
O presente artigo abordará a Importância da Leitura dos Contos de Fadas na Educação Infantil. Teremos como objetivo a realização de um estudo acerca da Apresentação da Leitura para as crianças da Educação Infantil e dos contos de fadas e as formas pelas quais eles cativam os menores, permitindo uma perspectiva formativa.
Para fundamentar este artigo, utilizaremos as teorias de kleiman (2007), Martins (2004), Khéde (1986), Lajolo (2002), Machado (1994), Coutinho (1997), Abramovich (1994), Villardi (1999), entre outros.
A Apresentação da Leitura para as Crianças da Educação Infantil Sabemos que o primeiro contato que a criança tem com a leitura é através da audição, alguém está lendo para ela. É por meio dessa prática que a leitura vai se apresentando para a criança. Segundo Villardi (1999, p. 11): “Há que se desenvolver o gosto pela leitura, afim de que possamos formar um leitor para toda vida”. Quando chega a escola, a criança encontrará através da leitura, um mundo mágico, habitado por seres incríveis e que chamam a atenção dela. “A leitura seria a ponte para o processo educacional eficiente, proporcionando a formação integral do indivíduo”. (MARTINS, 1994, p.25).
Por esse motivo notamos que é função primordial da escola ensinar a ler. É função essencial da escola ampliar o domínio da leitura e orientar por meio dos professores a escolha dos materiais de leitura. Cabe formalmente a escola desenvolver as relações entre leitura e indivíduo em todas as suas interfaces.
Na Educação Infantil a apresentação da leitura tem por obrigação de vir acompanhada de entusiasmo pelo professor, e este, deve atuar como mediador para que a leitura se desenvolva com todo vigor entre os pequenos. “Para formar leitores devemos ter paixão pela leitura”. (KLEIMAN, 2007, p. 15).
Ao ouvir a leitura ou relato de uma história, as crianças, mesmo caladas, participam ativamente do enredo narrativo, conseguem caracterizar as personagens e comunga da linguagem em que o relato vai sendo feito.
Em nossa prática docente, o objetivo que procuramos atingir na formação do leitor é que a criança consiga diverti-se, chorar, admirar-se, ficar extasiada diante de uma história envolvente que ouve ou realiza a leitura.
O primeiro contato com a leitura deve ser uma fonte de entretenimento, prazer e valorização da própria leitura. Algumas crianças têm a sorte de morar num lar que a leitura faz-se presente desde berço. Outras só têm a sorte de encontrá-la ao chegar na escola. É muito importante que pais e professores valorizem e incentivem o ato de ler. É comum observarmos crianças da Educação Infantil que têm exemplos de leitores em casa, pegar um livro e começar a lê-lo sem saber ler. Segundo Lajolo (2002, p. 7): “quanto mais abrangente a concepção de mundo e de vida, mas intensamente se lê, numa espiral quase sem fim, que pode e deve começar na escola, mas não pode (nem costuma) encerrar-se nela”. O incentivo ou estímulo é a peça-chave para formar leitores.
O tempo que o professor tem em contato com as crianças dentro da escola é muito valioso e durante esse tempo, ele deve propor situações para que estas, possam tornar-se leitores apaixonados pela leitura.
Segundo os PCNs, 1997, p.58: “para tornar os alunos bons leitores – para desenvolver, muito mais do que a capacidade de ler, o gosto e o compromisso com a leitura – a escola terá de mobilizá-los internamente, pois aprender a ler (e também ler para aprender), requer esforço”.
Esse esforço deve ser entendido como do professor na tentativa de fazer uma apresentação da leitura de forma cativante, despertando nas crianças curiosidades, simpatia e admiração pelo livro. Também deve ser entendido como do aluno, no sentido dele querer aprender a ler, gostar de ler e também dos incentivos dos pais que fará diferença na formação de crianças leitoras.
De acordo com o Referencial curricular nacional para a Educação Infantil, 1998, p.135:
O ato de ler é cultural. Quando o professor faz uma seleção prévia da história que irá contar para as crianças, independente da idade delas, dando atenção para a inteligibilidade e riqueza do texto para a beleza das ilustrações, ele permite às crianças construírem um sentimento de curiosidade pelo livro (ou revista, gibi, etc) e pela escrita.
É interessante que os professores da Educação Infantil organizem um ambiente especial para os livros na sala de aula, criem rodas de leituras, num clima aconchegante e prepare um ambiente que entusiasme os alunos, fazendo com que eles construam uma relação prazerosa com a leitura. Os professores podem e devem ler contos de fadas para cativar as crianças.
Contos de Fadas: Histórias que Cativam O texto ficcional amplia e mobiliza os limites do imaginário pessoal e coletivo. Enquanto alguém lê ou conta histórias, nós nos reportamos ao ambiente em que acontece o fato narrado e participamos do enredo.
Dentre os inúmeros textos pertencentes ao domínio estético/artístico temos o conto. “O conto é um relato em prosa de fatos fictícios” (KAUFMAN & RODRÍGUEZ, 2005, p. 21). Este relato quando lido ou ouvido tem o poder de despertar no leitor uma gama de sentimentos indescritíveis, porque consta de três momentos perfeitamente diferenciados: O conto começa apresentando um estado de equilíbrio, dá lugar a uma série de episódios que se convertem em conflitos e culmina com a resolução destes conflitos no estágio final.
O conto pode ser uma espécie de sonho voluntário ou qualquer história que o autor quiser chamar de conto. Nos contos vemos aflorar sutilmente uma fatia da vida real e é essa relação que o faz despertar em nós muito interesse.
A fantasia dos contos de fadas é fundamental para o desenvolvimento da criança. Há significados mais profundos nos contos de fadas que se contam na infância do que na verdade que a vida adulta ensina.
Nos contos surgem relatos surpreendentes de histórias simples e doces, porque contar histórias é a arte de capturar os mistérios da vida em palavras.
Segundo Rocha, 2003, p. 4: A palavra conto, usada para designar uma história curta, somente ficou popular depois que os irmãos Grimm criaram uma coletânea de narrativas tradicionais chamada contos para crianças e famílias. A partir do sucesso desta obra, que foi publicada no ano de 1812, em diversos países, contos de fadas foram recolhidos e organizados para a leitura das crianças.
São variados os motivos que nos faz prestar atenção a um bom conto e desde criança até a fase adulta todos nós nos debruçamos para ouvir um bom conto porque ele tem o poder de nos cativar.
Contos de fadas como o próprio nome diz, são histórias que se absorve nos poderes mágicos das fadas, dos magos ou de algum outro ser dotado de poderes sobrenaturais. Machado, 1994, p. 44: enfatiza que “Fadas: são os seres que fadam, isto é, orientam ou modificam o destino das pessoas. Fada é um termo originado do latim fatum, que significa destino”.
Os contos de fadas ou os contos maravilhosos (com ou sem fadas) têm suas origens em um passado muito longínquo.
Khéde, 1986, p. 16, fala que: As origens dos contos de fadas são as mais diversas. Proveniente de contos folclóricos europeus e orientais, há neles um interessante cruzamento de princípios, entre os quais predominam os judaicos- cristãos e os da vertente mística da antiguidade greco-latina.
Podemos observar que aqui no Brasil os nossos contos de fadas tiveram origem europeia e oriental. Citamos os contos dos irmãos Grimm e Charles Perrault, como exemplo.
Os contos de fadas encantam, comovem e educam indiretamente. Devem estar presentes nos trabalhos escolares, principalmente na Educação Infantil.
As histórias infantis são contos bem antigos e ainda hoje podem ser consideradas verdadeiras obras de arte, lembrando sempre que seus enredos falam de emoções comuns a todos nós, como: inveja, medo, ódio, ciúme, ambição, rejeição e decepção, que só podem ser compreendidos e vivenciados pela criança através das emoções e da fantasia. Os contos de fadas trabalham como instrumentos para a descoberta desses sentimentos dentro da criança e muitas vezes de adultos, pois são capazes de nos envolver em sua teia, de nos excitar a mente e comover-nos com a sina de suas figuras.
Os contos de fadas podem ser lidos pelo professor e este, ter como objetivo ensinar as crianças valores como não mentir (Pinóquio), a não desobedecer à mãe (Chapeuzinho vermelho), entre outros.
É através da leitura diária dos contos de fadas que o professor da Educação Infantil conseguirá fazer com que os pequenos absorvam a perspectiva formativa dos contos e recebam os valores morais e cristãos da vida em sociedade.
Leitura de Contos de Fadas e Educação Infantil: uma perspectiva formativa Os contos de fadas exercem um grande fascínio nas crianças, são caminhos de descoberta e compreensão do mundo. Segundo Bettelheim: "O conto de fadas procede de uma maneira consoante ao caminho pelo qual uma criança pensa e experimenta o mundo; por esta razão os contos de fadas são tão convincentes para elas".
Os contos de fadas contribuem muito na formação da personalidade, ajudam as crianças a entenderem um pouco melhor este mundo que as cercam. Se no processo de ensino se desse uma atenção especial ao emocional que existe em cada uma das crianças, este mundo seria bem melhor!
Os contos começam de maneira simples e partem de um problema ligado à realidade como a carência afetiva de Cinderela, a pobreza de João e Maria ou o conflito entre filha e madrasta em Branca de Neve. Na busca de soluções para esses conflitos, surgem as figuras “mágicas”: fadas, anões, bruxas malvadas. E a narrativa termina com a volta à realidade, em que os heróis se casam ou retornam ao lar.
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado
http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/30151/a-importancia-da-leitura-dos-contos-de-fadas-na-educacao-infantil#ixzz3bhrZ29Ke
Cência
Ciência Explosão de Cores
- 1 prato fundo
- um pouco de leite
- corantes de alimento (pelo menos duas cores diferentes)
- 1 palito de dente
- detergente de cozinha
O que deve fazer:
1. Coloque um pouco de leite num prato fundo e deixe descansando alguns minutos para que o leite esteja sem se mover no prato.
2. Pingue algumas gotas de corantes de alimentos de cores diferentes. Em nossa experiência, colocamos uma gota de corante amarelo, um de corantes vermelho, uma de azul e uma de corante rosa. NÃO MISTURE OS CORANTES!
3. Pegue um palito de dente e molhe a pontinha com um pouco de detergente para louças. Não é necessário colocar muito detergente, só coloque um pouco na ponta do palito. Retire o excesso (se ficar como uma gota).
4. Rapidamente, coloque o palito no meio de alguma mancha de tinta. Aqui, nós fizemos assim: primeiro o palito foi colocado no meio da mancha amarela - e... PUF!... o amarelo explodiu!
Depois, colocamos o mesmo palito na mancha azul e ela explodiu!!!
Com o mesmo palito, na mancha rosa... PUFF... de novo, explodiu!!!!
5. Você pode, agora, "passear" com o palito através das cores! Elas se misturam de uma forma divertida, formando manchas coloridas que se misturam em ondas. Fica bem legal!
O que está acontecendo?
Quando colocamos o corante na superfície do leite, eles não se misturara - cada corante formou uma mancha separada da outra.
No momento que colocamos o palito de dente com um pouquinho de detergente dentro das manchas, elas pareciam explodir!
Isso que vimos aqui foi um exemplo de como a tensão superficial age num líquido e como ela pode ser rompida pelo detergente.
A tensão superficial acontece porque as moléculas de leite na superfície sofrem uma grande atração entre elas. No interior do líquido, todas as moléculas do leite sofrem essas mesmas forças de atração, mas em todas as direções. As moléculas de leite na superfície sofrem a atração apenas das moléculas na horizontal e das outras que estão abaixo, já que em cima tem apenas AR. Nota: se você tentar misturar os corantes movimentando um palito sem detergente, também será possível ver padrões interessantes, mas não serão tão bem misturados como da forma que fizemos aqui.
Já vimos o efeito do detergente na tensão superficial da água, em outra experiência (Rompendo a tensão superficial) e lá explicamos com detalhes o que estava acontecendo. Então, aqui está um resumo... e você pode visitar aquela página para saber a importância da tensão superficial na nossa vida!
Referencia:Página criada em 20 de março de 2005. Reprodução permitida apenas com autorização da autora do site e para fins não lucrativos ou educacionais.Todos os direitos reservados para "Ciência para Crianças". para requisitar permissão para utilização dos conteúdos de "Ciência para Crianças".
Projeto NOVE Novidade Educacional + Am
No próximo dia 30 de setembro, terça-feira, as professoras especializadas em Educação Infantil e em Educação Inclusiva, Regina Monteiro e Ester Assis estarão lançando Coleção de Literatura Infantil e Inclusiva do Projeto NOVE Novidade Educacional + Amor. O lançamento será no Espaço Literário da Gráfica e Editora GSA, com localização a Rua Pedro Botti, 81, Consolação, Vitória, Espírito Santo. O ponto de referência é Rua Marechal Campos, 3ª rua à direita.
Regina e Ester são pedagogas por formação e apaixonadas pela Educação e por todas a possibilidades que ela propicia de transformação dos sujeitos. Com o compromisso centrado em ensinar, amar e respeitar cada criança, as duas pedagogas – apaixonadas por educação tiveram sua trajetória profissional entrelaçada com a educação inclusiva.
Somos pedagogas por formação e apaixonadas pela Educação e todas as possibilidades que ela nos proporciona de fazer coisas novas e nunca deixar de acreditar nos resultados. Trabalhamos com projetos que sempre envolvem afetividade, prender com laços essas crianças, dotadas de tanta inteligência, mas também que precisam de direção para estarem mais sensíveis ao outro e à tudo ao seu redor, reflete Ester.
sábado, 30 de maio de 2015
Mario Sergio Cortella
A entrevista com Mario Sergio Cortella, professor da PUC-SP, Fundação Getúlio Vargas e da Fundação Dom Cabral, além de consultor e filósofo, poderia correr tranquilamente, feito a fluidez do seu discurso, não fosse o fato de ser tão provocativa. Apesar dos meus poucos anos na área de TI, a tentativa de achar um culpado que não fosse o próprio setor falou mais alto na hora de desenhar a pauta sobre educação.
CRN Brasil - O Brasil está comprometendo o desenvolvimento do País por conta da falta de priorização no setor da educação?
Mario Sergio Cortella - Não se pode confundir educação com escolarização. O Brasil tem questões ainda sérias no campo da escolarização. Há um atraso histórico nos vários níveis de ensino que só começou a se recuperar nos últimos 20 anos. Neste período, nós saímos de patamares indigentes na área de escolarização e estamos em uma crescente. Mas isto não acompanha nosso desenvolvimento econômico.
Precisa cautela, porque muita gente faz uma conexão automática entre escolarização e produção econômica e quem assim faz precisa explicar algo: nós somos o 66º em escolarização, de acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), e somos a 6ª economia. Se fosse tão automático não teríamos este cenário.
Quem faz a conexão automática teria de me explicar uma coisa: se nós passarmos ao décimo lugar em educação, nós vamos ser o primeiro em economia? Claro que não! Por quê? Porque não se pode confundir educação com escolarização. Embora a nossa escolarização seja baixa, os índices de educação, em geral, em relação à família, ao mercado de trabalho não é. Se não, não seríamos a sexta economia!
CRN - Qual é a diferença entre escolarização e educação?
Cortella - A educação é um conceito mais amplo. Escolarização está dentro de educação. Você está o tempo todo se formando: na família, no emprego, na comunidade, no sindicato, na igreja... Um dos locais onde você se forma é na escola. Mas, por exemplo, os meios de comunicação formam por muito mais tempo um cidadão do que a própria escola.
CRN ? Hoje uma criança fica muito mais exposta à mídia do que à escola...
Cortella - Exato. A escola é uma das instituições educacionais e não a única. Eu estou insistindo neste ponto porque, caso o contrário, como a gente entenderia este aparente contrassenso entre desempenho escolar e econômico? Isso significa que a escola não formaria mesmo gente o suficiente para ocupar estas 115 mil vagas nomercado de TI. E ela não formaria por uma razão meio óbvia: não tem como a escola ficar atrelada ao mercado de trabalho. Em outras palavras, não adianta o sistema escolar - que é mais lento, que demora uma geração para trabalhar - grudar em uma única área porque, do contrário, ele não cumpre sua função pública.
CRN ? Você pode dar um exemplo de como isto aconteceria?
Cortella - Vamos supor que na região de Jundiaí (SP) - onde estão se instalando algumas empresas da área de plataformas digitais vindas da China - todo o parque escolar da região se volte para a formação de pessoas naquela área. Vamos supor que o poder público coloque a escola a serviço da empresa. Daqui a pouco, o proprietário chinês vai embora. O poder público investiu em algo que não terá prosseguimento. Isto é, uma escola precisa se referenciar ao mercado, mas ela não pode se subordinar. Inclusive porque a escola não pode ficar prisioneira do mercado de trabalho.
CRN - O currículo escolar hoje, no Brasil, se propõe a formar pessoas com habilidades básicas e a formar cidadãos éticos. Uma pesquisa recente mostra que 77% dos encarcerados no Brasil não completaram o ensino fundamental. Por que isto não ocorre?
Cortella - Ok. Mas a que conclusão você chega com esta informação? Que vai preso quem não conclui o ensino fundamental ou quem não tem dinheiro? Cuidado com leitura de estatística! Faça o recorte não pela escolarização e você vai notar que existe sim uma forma de prisão que é feita para aqueles que têm menos recursos, não porque eles têm menos escola, mas porque têm menos maneiras para utilizar das ferramentas que podem ser usadas para não ficar preso.
CRN - Mas, mesmo assim, a educação não deveria chegar até eles?
Cortella - Sim, mas a educação não muda nada nisto que você me descreveu. Porque você tem sociedades em o que vale é a distribuição de renda, não a distribuição da escolaridade. Por exemplo, de nada adianta você ter um grupo de pessoas que, formalmente, tenham completado a educação básica. O que vai fazer com que estas pessoas possam escapar das armadilhas do dia a dia é a distribuição de renda e não de escolarização. Se você conectar uma coisa à outra, cai em outra armadilha que é supor que a pobreza impulsiona a delinquência. O que não é verdade.
Boa parte dos canalhas nacionais têm alto nível de escolaridade. Você está pegando no nível dos que estão na penitenciária. Se escolaridade fosse indicador de possibilidade de não cometer delito, nós não teríamos uma série de coisas acontecendo. O que a escolaridade indica, neste caso que você coloca, é que a criminalidade está ligada a uma classe social que também já é vitimada pela ausência de escolaridade. Em outras palavras, se assim fosse, eu resolveria a questão da delinquência oferecendo mais escolaridade. E não é automático. Não é assim. De nada adianta eu ter alguém formado sem emprego, sem distribuição de renda.
CRN - Embora tenhamos saído dos índices de indigência quanto à escolarização, ainda temos um problema de mão de obra qualificada.
Cortella - Nós saímos da UTI e estamos entrando na enfermaria. Mas sofremos com isto em várias áreas. E não é tarefa da escola formar mão de obra. Isso é um equívoco que nenhum país mais sério comete. Se você olhar porque a Índia tem grandes matemáticos, grandes estudiosos de física é porque simplesmente ela forma base científica sólida. Na Inglaterra e nos Estados Unidos existe avanço em relação à pesquisa porque estes países não formam para o mercado de trabalho, mas oferecem solidez que possibilita o cidadão a ir naquilo que seja mais adequado à sua formação geral.
CRN - Historicamente, o Brasil não tem alunos interessados em produção científica e exatas.
Cortella - Não. Porque esta área sempre foi mal ensinada para nós. Só um nerd iria se dedicar a fazer matemática.
CRN - O que estimularia as pessoas a estudarem esta área?
Cortella - Parte a mídia, parte a família, parte as empresas. Se uma profissão não tem charme e encanto, se o mundo adulto não encanta as crianças por ela, é muito difícil que ela vá por si mesma. Ou seja, nós que encantamos o tempo todo as pessoas com a ideia de que ela tem que ser médica, advogada....
CRN - Mas como isso muda?
Cortella - Isso muda com o fato de que o mercado está mudando aqui. E Guimarães Rosa já dizia: ?o sapo não pula por boniteza, ele pula por precisão?. A demanda do mercado leva várias empresas a fazerem parcerias com institutos de formação e assim forçando essa formação mais acelerada. E é claro que onde há demanda, há salários. Então, não se muda no automático, é um processo.
CRN ? Então é este o caminho para a iniciativa privada?
Cortella - Sim e fazer as parcerias e subsidiar estudos. No Brasil não há algo que existe em vários países, que é a presença efetiva do empresário e do acionista na vida das universidades, não só cobrando, mas financiando, fazendo doações. Se você observar, na Universidade de São Paulo (USP), que é a melhor universidade da América Latina, o número de doações que ela recebe de pessoas que já passaram pela FEA, POLI ? que hoje são empresários ? é quase nenhum.
Ou seja, não há cuidado com os centros de formação. O que há é uma grande reclamação depois. Os caras secaram o mato e agora reclamam que alguém riscou o fósforo.
CRN - Você considera o modelo de educação atual ? turma de alunos, livro, sala de aula ? ultrapassado?
Cortella - Não é não. É um modo de fazer, mas não é o único, que vem se provando há 2,5 mil anos. A primeira plataforma digital de ensino a distancia se chama livro! E ela consegue agregar outras formas de ensino e aprendizagem. Agora, não é a escola que encontrará esta única alternativa. Inclusive porque as outras plataformas digitais ? que não o livro ? trazem um nível de superficialidade muito grande. Há muitas escolas e governos, como o dos Estados Unidos e da Inglaterra, que estão saindo do uso das plataformas digitais do dia a dia do aluno e retornando para alguns modelos que tinham eficácia maior. O livro exige maior atenção e não produz algo que é muito ruim para o estudo: a distração. Não é que as plataformas digitais não tenham o seu lugar. Mas elas não são substitutas dos modelos anteriores.
CRN - Mas este modelo, para uma criança que já foi submetida a horas de internet e TV, seria atrativo dentro de uma sala de aula?
Cortella - O que faz alguém se interessar por algo é o tema que está sendo tratado. Um jovem é capaz de ficar seis horas em pé em uma fila para comprar um ingresso para o show do Black Eyed Peas. Depois ele fica mais seis horas esperando o show começar, mesmo debaixo de chuva. Você mesma, quando era criança, com uma pazinha e um baldinho na praia, se eu te oferecesse um computador você iria querer? (a jornalista responde que ?não?)
O que isso quer dizer? Que nem tudo na vida é plugado, tem coisas que são não plugadas. Você se interessa por um conteúdo não porque ele está eletrificado ou não. Mas pela conexão que aquilo tem com a sua vida. Por isso que um professor não pode ter nem informatofobia e nem informatolatria.
Um bom exemplo de que você se interessa pelo assunto e não pela tecnologia que está lá é o caso dos restaurantes: você não vai a um restaurante que anuncia: temos os melhores micro-ondas da cidade! Você vai ao restaurante que tenha uma placa: temos forno à lenha.
CRN - O Brasil vive ainda o dilema das faculdades, que nem sempre estão aptas a oferecer um curso de alto nível. Geralmente, nestes locais, os alunos também não estão aptos a aulas mais ?parrudas?. Há educadores que defendem estas universidades, por manterem as pessoas em contato com o estudo. O que você acha disto?
Cortella - Eu acho que estas escolas, que eu costumo chamar de ?UniEsquinas?, precisam de uma fiscalização mais séria por parte do poder público. Mas elas cumprem uma tarefa de oferecer escolarização para uma parcela da população. É preciso lembrar que não foi só a delinquência estatal que gerou essa condição no ensino superior, também foi a delinquência mercantil: ou seja, a transformação do ensino em mero negócio de grandes fundos de investimento.
Voltando à questão, com o controle do poder público, sem dúvidas, elas podem existir. E não é diferente do que acontece em outras nações. Nos Estados Unidos, você tem universidade de primeira, segunda e terceira linha e assim por diante. Só que lá o poder público controla e mais de 80% das universidades são privadas, mas com doação da comunidade para funcionar. E aqui nós temos 80% das universidades privadas sustentadas pela mensalidade do aluno.
Então, lamento. Eu não gostaria que fosse assim. Mas muita gente que hoje aponta o apagão de mão de obra qualificada não se movimentou na direção desta formação, não colocou o recurso, não defendeu governos que nela aplicassem e assim por diante. CRN ? Em vez de ensino superior de má qualidade, não seria melhor investir em ensino médio de boa qualidade?
Cortella - Claro, é por isso que precisa das parcerias. E é por isso que precisa que haja por parte do empresariado uma atenção extrema àquilo que os governos precisam fazer e também uma capacidade contributiva, ou seja, pagamento de imposto que efetivamente vá para a área de educação. Vez ou outra, alguns empresários me perguntam em debate: professor como eu faço para melhorar a educação escolar no Brasil? Eu falo: pague imposto direito. Evite que haja dentro de sua cadeia produtiva ? não só de sua empresa ? evasão fiscal, suborno ou desvio de recurso. Quando estamos dentro de uma cadeia produtiva não adianta só sua empresa ser correta e fechar os olhos para o resto. Isto é uma tarefa.
Outra é fazer parcerias. Por exemplo, o oferecimento de bolsas. Destinação de uma parte da rentabilidade dos acionistas para financiamento e pesquisa. Como é feito nas grandes nações que, historicamente, têm uma educação escolar sólida.
CRN - Às vezes, o empresário oferece esta bolsa, treina e prepara o funcionário, e aí, outra empresa o leva embora...
Cortella - Por isso que ele tem que oferecer outros atrativos de retenção e o que leva à retenção de alguém em uma atividade não é apenas salário. Benefícios como possibilidade de ascensão na carreira, reconhecimento, o apoio e a parceria para crescer. É necessário lembrar que hoje a empresa é descartável para alguns funcionários, tal como o funcionário era descartado, até pouco tempo, para a empresa. A fidelização recíproca está sendo trazida à tona agora, mas até há pouco tempo se colocava a necessidade de fidelização por parte do empregado, mas não por parte do empregador. A frase que eu mais ouvia nas empresas até 2008: o maior ativo que nós temos são os empregados. Quando em setembro de 2008 houve a quebra na economia, a primeira coisa que aconteceu foi o facão no ativo. Não se pensou em diminuir um pouco a rentabilidade do acionista, diminuir produção ou custo.
CRN - Quando você fala isto nas empresas, qual é a recepção das pessoas quanto a estas ideias?Cortella - Eu sou da área da filosofia e a tarefa da filosofia é perguntar sobre os porquês . Isso leva à necessidade de chamar a atenção das pessoas para evitar os cinismos nas relações. Por isso, qual é a receptividade? Quando se tem uma empresa que não quer ser cínica, ela ouve isso que eu dizia de uma maneira adequada. Isto é, ela pensa em modificar o modo de fazer, ao invés de insistir naquilo que fazia. Albert Einsten é autor de uma clássica e inteligente frase que dizia que tolo é aquele faz sempre do mesmo jeito e espera resultados diferentes. Os que não desejam nem a tolice, nem o cinismo pensam em fazer de outro modo.
Estrela Na Terra
Resenha do Filme Estrela na Terra
O filme conta a história de um menino e 9 anos chamado Ishaan Awasthi, ele sofre de dislexia, estuda em uma escola normal e repetiu uma vez o terceiro período e está correndo o risco de isso acontecer de novo. O menino diz que as letras dançam em sua frente e não consegue acompanhar as aulas e nem prestar atenção. Seu pai acredita que ele é indisciplinado e o trata com rudez e falta de sensibilidade.
Quando o pai é chamado na escola para conversar com a diretora, o mesmo decide levar o filho a um internato. O menino fica com menos vontade de aprender e de ser uma criança, ele acaba ficando deprimido, sente a falta da mãe, do irmão mais velho e da vida. A filosofia do internato é "Disciplinar Cavalos Selvagens". De repente aparece um professor substituto de artes, este não era um professor tradicional, não seguia rigorosamente as normas da escola, tem uma metodologia própria.
Quando o professor conhece Ishaan, percebe que o menino sofre de dislexia e decide ajudá-lo. Este não era um problema desconhecido pelo educador que decide tirar o garoto do abismo no qual se encontrava . Ele ensinou Ishaan a ler e escrever, a partir desse momento o menino vai superando a opressão da família e suas próprias limitações, passa a ver a dentro da escola, um novo significado. O filme mostra a importância do professor e seu poder de transformação nos alunos. É necessário que o educador tenha sua própria metodologia de ensino, de forma a estimular a compreensão dos alunos, tornando a sala de aula, um lugar agradável e estimulante.
Na escola onde Ishaan estudava, os professores só corrigiam os erros gramaticais dele e não percebiam que ele era uma criança especial, que precisava ser compreendida, e junto com seu professor pudesse ampliar seus conhecimentos, desenvolvendo a habilidade de leitura e escrita. No filme "Como Estrelas Na Terra o professor substituto usa uma metodologia de ensino inovadora, onde existe a motivação, usa o conhecimento de mundo dos alunos, buscando aprofundar e ampliá-los. O educador consegue mobilizar a escola a respeito da diversidade que existe na sala de aula, mostrando que é possível fazer com que o aluno desenvolva sua capacidade de aprendizagem a partir da compreensão e do incentivo do educador.
O filme mostra uma lição de vida. Um garoto que foi tratado com respeito por um professor, que soube valorizar e entender as diferenças, usa como forma de expressão a arte, incentivando-o e mostrando-o que seu problema pode ser superado e que sua deficiência não o tornava diferente dos outros. A dislexia é uma doença que está longe de ser solucionada, e o que salvou o garoto não foi a descoberta da doença, mas sim, os novos métodos utilizados pelo educador, fazendo com que o menino aprendesse a lidar com sua diferença. Este filme retrata a realidade na qual vivemos, os alunos com diversas deficiências são colocados em escolas normais e infelizmente as escolas regulares e os professores não estão preparados para essa mudança.
Torna-se necessário que os futuros educadores saibam lidar com esses problemas no contexto escolar, para poder encontrar meios e soluções para trabalhar com essa e as demais deficiências
Quando o pai é chamado na escola para conversar com a diretora, o mesmo decide levar o filho a um internato. O menino fica com menos vontade de aprender e de ser uma criança, ele acaba ficando deprimido, sente a falta da mãe, do irmão mais velho e da vida. A filosofia do internato é "Disciplinar Cavalos Selvagens". De repente aparece um professor substituto de artes, este não era um professor tradicional, não seguia rigorosamente as normas da escola, tem uma metodologia própria.
Quando o professor conhece Ishaan, percebe que o menino sofre de dislexia e decide ajudá-lo. Este não era um problema desconhecido pelo educador que decide tirar o garoto do abismo no qual se encontrava . Ele ensinou Ishaan a ler e escrever, a partir desse momento o menino vai superando a opressão da família e suas próprias limitações, passa a ver a dentro da escola, um novo significado. O filme mostra a importância do professor e seu poder de transformação nos alunos. É necessário que o educador tenha sua própria metodologia de ensino, de forma a estimular a compreensão dos alunos, tornando a sala de aula, um lugar agradável e estimulante.
Na escola onde Ishaan estudava, os professores só corrigiam os erros gramaticais dele e não percebiam que ele era uma criança especial, que precisava ser compreendida, e junto com seu professor pudesse ampliar seus conhecimentos, desenvolvendo a habilidade de leitura e escrita. No filme "Como Estrelas Na Terra o professor substituto usa uma metodologia de ensino inovadora, onde existe a motivação, usa o conhecimento de mundo dos alunos, buscando aprofundar e ampliá-los. O educador consegue mobilizar a escola a respeito da diversidade que existe na sala de aula, mostrando que é possível fazer com que o aluno desenvolva sua capacidade de aprendizagem a partir da compreensão e do incentivo do educador.
O filme mostra uma lição de vida. Um garoto que foi tratado com respeito por um professor, que soube valorizar e entender as diferenças, usa como forma de expressão a arte, incentivando-o e mostrando-o que seu problema pode ser superado e que sua deficiência não o tornava diferente dos outros. A dislexia é uma doença que está longe de ser solucionada, e o que salvou o garoto não foi a descoberta da doença, mas sim, os novos métodos utilizados pelo educador, fazendo com que o menino aprendesse a lidar com sua diferença. Este filme retrata a realidade na qual vivemos, os alunos com diversas deficiências são colocados em escolas normais e infelizmente as escolas regulares e os professores não estão preparados para essa mudança.
Torna-se necessário que os futuros educadores saibam lidar com esses problemas no contexto escolar, para poder encontrar meios e soluções para trabalhar com essa e as demais deficiências
quarta-feira, 6 de maio de 2015
Artigos
Alfabetização: um repensar constante!
A língua escrita faz parte do mundo em que as crianças vivem, está presente em casa, na rua, no colégio, na aula.
Por Aldrey Denise de Freitas.
Apesar da escola ter aumentado suas taxas de escolarização nos últimos anos, alfabetizar os alunos ainda é um dos maiores desafios da educação. As contribuições advindas das áreas educacional, sociológica, psicológica, linguística entre outras, apontam que o fracasso escolar não pode estar condicionado somente ao aluno, mas também à escola,na medida em que desloca o eixo da discussão de como se aprende, para como se ensina.
Muitos estudos têm sido feitos sobre como as crianças aprendem a ler e a escrever e a cada dia comprova-se que elas pensam no texto escrito muito antes do que se imagina . A língua escrita faz parte do mundo em que as crianças vivem, está presente em casa, na rua, no colégio, na aula. Segundo Emília Ferreiro, a escrita é importante na escola, porque é importante fora dela e não ao contrário.
Ao participar dos contextos sociais de produção e da interpretação da língua escrita, a criança espontaneamente a explora, reflete sobre ela e inicia a reconstrução dos princípios que a regem. Tudo isto constitui uma bagagem de saberes a partir da qual a criança vai construindo o conhecimento da leitura e da escrita e, à medida que vai operando com elas, seu funcionamento vai sendo compreendido. O ensinar a ler e a escrever deve estar associado às situações e atividades que tenham função e um sentido reconhecidos pela própria criança e pela comunidade a que ela pertence.
Cabe à escola, um repensar constante sobre o processo de alfabetização, tanto no que refere-se às concepções de ensino e aprendizagem realizados em situações reais, com função social concreta , quanto no investimento na formação continuada do professor. Pois o educador que freqüentemente repensa-se enquanto sujeito mediador do processo de construção de conhecimento, está atento e sensível a reconstruir sua práxis, estabelecendo conexões entre a experiência e a conceituação, entre a teoria e a prática.
A questão principal não é tentar encontrar um método, que por si só, garanta sucesso total na alfabetização, mas discutir metodologias, pois aprende-se a ler e a escrever de diversas maneiras.
Aprende-se melhor quando é possível vivenciar, experimentar, sentir; ao interagir com os outros e com o mundo.
Referencias
http://www.editorapositivo.com.br/editora-positivo/professores-e-coordenadores/artigos/leitura.html?newsID=8e64011f6b6b404a8b4dee467775a246
http://www.editorapositivo.com.br/editora-positivo/professores-e-coordenadores/artigos/leitura.html?newsID=8e64011f6b6b404a8b4dee467775a246
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